sábado, 13 de janeiro de 2018

No próximo domingo (14/01/18), o programa TV Mulheres debate a situação das mulheres nos presídios do Brasil


Vai ao ar no próximo domingo mais uma edição do programa TV Mulheres, com a apresentação da companheira Perci Marrara, às 19h00 pelo Canal da Causa Operária TV no Youtube.

E o tema do programa será a evolução do encarceramento no Brasil como parte da política repressiva do Estado contra a população. Essa será a primeira de uma série de programas dedicados ao tema "Mulheres e Prisão", estando já previsto um debate sobre a maternidade nas prisões brasileiras.


O Brasil abriga uma das maiores populações carcerárias do mundo. De 2000 a 2016, o país teve um aumento de 700% de mulheres que foram condenadas e foram para a prisão. 60% dessas mulheres foram presas por causa de crimes relacionados ao tráfico de drogas, muitas delas assumindo a função dos companheiros que foram presos, ou que entraram no tráfico por meio de ameaça, coação e agressão por parte de seus companheiros.

E a situação das mulheres que estão presas, estão em condições de abandono por parte da família, 80% delas são mães, que deixam os filhos com os cuidados de parentes mais próximos. Lembrando que 43% das mulheres que estão presas no país atualmente ainda não tiveram seus casos julgados em definitivo.

Também serão debatidos no programa possíveis fatores que impactam a política prisional para as mulheres, suas opções e ausências, com a convidada Alessandra Teixeira, professora e pesquisadora da Universidade Federal do ABC (UFABC) na área de políticas públicas, autora do livro “O Crime pelo Avesso”.

O programa TV Mulheres é fruto das discussões do Coletivo de Mulheres Rosa Luxemburgo, que reúne interessadas (filiadas ao PCO ou a outros partidos, e também não filiadas a qualquer partido) no debate sobre o feminismo sob o ponto de vista marxista, e sobre questões que afetam e influenciam a vida das mulheres no Brasil. Desde novembro de 2017, todos os domingos às 19h, são debatidos temas pertinentes ao momento político e à situação das mulheres no país.

Para assistir ao programa, basta comparecer pessoalmente ao Centro Cultural Benjamin Péret (Rua Serranos, 90, Saúde, São Paulo/SP) ou acompanhar on line na Causa Operária TV pelo youtube (https://www.youtube.com/channel/UCEaXaeR0DL62WwRlR2EMxEQ) ou pelo facebook (https://www.facebook.com/causaoperariatv/).

Este programa é particularmente especial para mim, pois além de tratar de um tema intimamente associado à defesa de direitos das mulheres no Brasil traz como entrevistada a advogada com quem trabalhei no Hospital Central do antigo complexo penitenciário do Carandiru, defendendo o indulto humanitário para presas e presos portadores de AIDS, que muito admiro por sua força, militância na questão carcerária, e dignidade no trabalho com o Direito. 

Pra quem quiser conhecer um pouco melhor o trabalho da Alessandra Teixeira, deixo aqui o link de um artigo escrito por ela e por Hilem Oliveira, reunindo e analisando as pesquisas acadêmicas sobre a maternidade nas prisões brasileiras e elencando as questões mais importantes sobre a luta daquelas que são mães e mulheres no cárcere suscitadas nas pesquisas, chamado “Maternidade e encarceramento feminino: o estado da arte das pesquisas no Brasil: http://www.anpocs.com/index.php/edicao-atual/10571-maternidade-e-encarceramento-feminino-o-estado-da-arte-das-pesquisas-no-brasil/file

Então, convido a todos a participar conosco do próximo TV Mulheres, que promete um debate excelente!

Fonte de parte do texto: Diário Online da Causa Operária

 

Assista também os programas TV Mulheres anteriores:


PEC 181, golpistas planejam acabar com o direito ao aborto no Brasil: https://www.youtube.com/watch?v=jDcFfe6v5lk&index=1&list=PL6exWLai3Il0wA9fHrqu252JrjO1zvl5E 
 
A luta das mulheres por moradia com a Cia de Teatro da Investigação - CTI: https://www.youtube.com/watch?v=jorV22rvxHA&index=2&list=PL6exWLai3Il0wA9fHrqu252JrjO1zvl5E

Violência contra mulheres: mais um instrumento de opressão: https://www.youtube.com/watch?v=j3EbkfRJv54&index=3&list=PL6exWLai3Il0wA9fHrqu252JrjO1zvl5E

Mulher e trabalho: Arquitetura: https://www.youtube.com/watch?v=I2n7C2RqrJ8&index=5&list=PL6exWLai3Il0wA9fHrqu252JrjO1zvl5E 

Retrospectiva 2017 (neste programa a apresentadora Perci Marrara faz uma excelente análise sobre o "feminismo carcerário", entre outros assuntos): https://www.youtube.com/watch?v=BormsCNStmA&index=6&list=PL6exWLai3Il0wA9fHrqu252JrjO1zvl5E

quinta-feira, 11 de janeiro de 2018

Aumento das tarifas de transporte público prejudica acesso dos cidadãos à saúde em São Paulo

O Movimento Passe Livre convocou uma manifestação contra o aumento das tarifas de transporte público em São Paulo anunciado pelos governos Doria e Alckmin (as passagens de ônibus e metrô subiram de R$ 3,80 para R$ 4,00), que ocorrerá hoje, dia 11 de janeiro de 2018, às 17h, no Teatro Municipal de São Paulo (Praça Ramos de Azevedo). 

Mas o que isso tem a ver com saúde, e por que nós militantes da saúde devemos comparecer e apoiar este protesto de hoje?

Há alguns meses conversei com a mãe de um menino com diabetes sobre a assistência farmacêutica excepcional do SUS, referente aos pedidos administrativos de medicamentos/terapias/serviços não integrantes do protocolos padronizados. Ela me contou que durante algum tempo recebeu as insulinas análogas da Secretaria do Estado da Saúde de São Paulo, mas desistiu ao perceber que os custos com gasolina e estacionamento no dia de retirada eram superiores aos gastos com a aquisição por sua própria conta. Neste caso, a mãe possuia condições de custear o tratamento do filho. Mas e quem não tem? 

Quem não tem condições de custear seu tratamento depende da assistência do SUS. Em São Paulo, os pedidos administrativos à Secretaria do Estado da Saúde são recebidos apenas no AME Maria Zelia, no Belenzinho. A unidade é de fácil acesso, há vários ônibus no terminal de metrô que passam pelo posto. Fui duas vezes até lá usando transporte público - metrô e ônibus na ida, e ônibus e metrô na volta. Com as tarifas atuais, o gasto com transporte para o  protocolo do pedido de assistência farmacêutica excepcional no AME Maria Zélia seria de R$ 10,00, se o atendimento ocorresse em menos de duas horas (acarretando o pagamento de apenas uma pasagem de ônibus) ou R$ 12,00, se o tempo de espera para atendimento superasse duas horas. Isso para quem vive na região central de São Paulo como eu.

Nas duas vezes em que estive no AME Maria Zélia, conversei com pessoas no ônibus que também se dirigiam àquela unidade de saúde, algumas pela terceira vez. Assim como eu, para conseguir efetivar o pedido administrativo de terapia excepcional, eram obrigados a retornar duas ou três vezes ao local em função de novas exigências de documentos em cada comparecimento, sem fundamento em norma técnica. No meu caso, os gastos com tranporte para efetivo protocolo do pedido de insumos e medicamentos seriam R$ 20,00 ou R$24,00 (2 vezes). Se outra evasiva da SES-SP fosse apresentada e eu precisasse retornar uma terceira vez, seriam R$ 30,00 ou R$ 36,00. E assim por diante. E isso apenas para protocolar um pedido!

Desta forma, temos que apoiar o Movimento Passe Livre e comparecer à manifestação de hoje, como forma de também garantir o direito à saúde dos paulistanos. Precisamos ir às ruas contra o aumento de tarifas do transporte público e levantar a palavra de ordem de Fora Doria, Fora Alckmin e abaixo o golpe!




Confirme presença no evento do facebook: https://www.facebook.com/events/222505838292601

Texto do Movimento Passe Livre de convocação para o ato:

4.00 REAIS! CONTRA O AUMENTO: DESOBEDIÊNCIA!!!

Querem nos fazer pagar ainda mais caro pelo que nem deveríamos pagar e NÃO É POSSÍVEL ACEITAR PACIFICAMENTE A EXISTÊNCIA DE UM OUTRO AUMENTO!

Por uma vida sem catracas!!!

Se ontem o prefeito empresário e seu padrinho governador anunciaram mais um aumento no transporte, hoje já avisamos que vamos travar resistência a tarifa! Dória e Alckimin esperavam um início de ano tranquilo? Vai ter luta na cidade!

Na mais pura amizade,João Dória e Geraldo Alckmin novamente deram as mãozinhas e anunciaram MAIS um aumento! Dessa vez, de vinte centavos na nossa já absurda passagem para o começo do próximo ano e ainda junto com o corte de muitas linhas que usamos todos os dias. Movimentar-se pela cidade, algo pelo qual não deveríamos ter que pagar, agora vai custar R$ 4,00 – QUATRO REAIS - e pra quem pega metrô e ônibus, vai para R$ 6,00. Nas linhas do EMTU, mais ainda!!!

No começo desse ano, Dória MENTIU (Dória sempre mente) ao dizer que congelou o preço da tarifa. Nao só, junto de Alckmin, aumentou o valor da integração em quase 1 real e reduziu as cotas do passe estudantil dos estudantes, como também aumentou os bilhetes temporais e mudou a ordem de cobrança para beneficiar ainda mais o bolso dos seus amigos empresários. A licitação do serviço municipal de transporte nem ao menos teve abertura pra ser discutida com a população! Mas temos a nossa proposta: Não queremos um transporte excludente, queremos tarifa zero pra geral!

AUMENTO NÃO!

Enquanto o governador e o prefeito se importam somente com o lucro dos seus amigos empresários, a cada vez que a tarifa sobe, aumenta o número de pessoas excluídas do transporte coletivo. Entre nós e a cidade (que nós mesmos fazemos funcionar!) existe uma catraca que cobra cada vez mais caro. É que para os de cima, ninguém tem que sair da periferia se não for para trabalhar ou - se tiver dinheiro - para consumir.

Por isso, no dia 11 de janeiro, agente vai dar feliz ano novo e falar pra esse prefeito e pra seu amigo governador que a gente NÃO VAI ACEITAR MAIS UM AUMENTO E NÃO VAI PAGAR QUATRO REAIS PELO TRANSPORTE!

TARIFA ZERO JÁ!